quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O inverno deu lugar à primavera



Roma, 27 de fevereiro de 2012

foto de Lauro Ferreira


Hoje Roma amanheceu sorrindo. Parece que o inverno resolveu tirar folga por um dia, e deu lugar à Primavera. Há mais de um mês que não fazia bom tempo na Cidade Eterna, e justo hoje o sol veio nos visitar. Como Disse Bento XVI, “penso que devemos também agradecer ao Criador pelo belo tempo que Ele nos deu hoje”.  O clima agradável contribuiu para uma boa Audiência, mas também serviu de pano de fundo da alegria do coração que sabe agradecer e confiar. Mais uma vez proponho três palavras, na tentativa perigosa de sintetizar o discurso de Bento XVI.

Ainda que o Papa tenha ressaltado, na avaliação de seu pontificado, os momentos de “águas agitadas e ventos contrários”, há que observar que seu discurso foi acima de tudo um discurso de gratidão. Vale ressaltar o belo e profundo agradecimento dirigido ao seu Senhor: “é por isso que hoje o meu coração está cheio de agradecimento a Deus porque Ele nunca deixou faltar a toda a Igreja e também a mim a sua consolação, a sua paz, o seu amor”.  

O Papa acentuou também muitas vezes a confiança no Senhor: “’Teve um período na caminhada da Igreja que houve momentos de alegria e de luz, mas também momentos não fáceis; senti-me como São Pedro com os Apóstolos na barca no lado da Galiléia: o Senhor nos deu tantos dias de sol e de leve brisa, dias em que a pesca foi abundante; momentos também em que as águas estavam agitadas e o vento contrário, como em toda a história da Igreja, e o Senhor parecia dormir. Mas sempre soube que naquela barca está o Senhor e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas é Dele. E o Senhor não a deixa afundar; é Ele que a conduz, claramente mesmo através dos homens que escolheu, porque assim o quis. Essa foi e é a certeza que nada pode ofuscar.”.

A Alegria, citada por Bento XVI, cinco vezes no seu discurso, nos leva a considerar que, não obstante os momentos difíceis, a alegria foi uma das marcas de seu pontificado. Alguém poderia questionar: “Mas ele não é muito carismático, ri pouco, é muito tímido”. De fato, as pessoas que conhecem de perto Bento XVI dizem, afirmam que ele é um homem muito tímido. Mas a alegria cristã não vive de máscaras, ela se apodera de cada um de um jeito e faz morada, vive na interioridade que pode ser expressa em leves sorrisos simpáticos. Essa sim é a marca de Bento XVI. E em tudo que ele é, em toda alegria que carrega consigo, ele nos pede para vivermos a alegria de sermos cristãos, de termos recebido, com gratuidade, o dom da fé, e a alegria de exercer o nosso ministério, que é puro serviço.

foto de Lauro Ferreira

 por Lauro Ferreira, sm

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Subir ao monte para orar

 Roma, 24 de fevereiro de 2013


 fonte - Portal Bragança

     A multidão gritava, cantava, orava. Não era qualquer Angelus, era o último. Milhares de fiéis e curiosos lotaram a Praça São Pedro para rezar o Angelus com Bento XVI. Calcula-se mais de duzentas mil pessoas. A comoção era geral e notável antes mesmo do Papa pronunciar qualquer palavra. Alguns choravam, outros sorriam, mas o que se via em todos era a emoção de viver um momento único, de profunda oração e comunhão, amor e gratidão.

Talvez essa palavra – gratidão – expresse melhor o sentimento dos fiéis. Gratidão por tudo o que fez Bento XVI, mas, sobretudo, por tudo o que ainda fará. Sim, isso mesmo, por tudo aquilo que ainda fará. Ora, a vida dedicada toda a oração não é uma passividade mórbida, mas um movimento que nasce, desenvolve e gera frutos no anonimato. A vida escondida em Deus em profunda oração pela renovação da Igreja se torna comunhão sublime. Nada pode nos aproximar mais do que a oração do coração que ama. Quem ama e ora, permanece no amado, fazendo com que ambos permaneçam em Deus. E essa será a relação de Bento XVI com a Igreja e a Trindade.

 Bento XVI vai “subir ao monte para rezar”. É de lá que ele pode continuar servindo a Igreja, ainda que de acordo com suas limitações e possibilidades. Mas não é um serviço menor. Em realidade, a oração é a única maneira de fazer o impossível tornar-se possível.  A renovação da Igreja é impossível se não estiver coligada com a ação do Espírito. A necessidade da renovação requer a vontade humana, mas, sobretudo, a ação divina. O momento é de oração.

No dia 11 de fevereiro de 2013, Bento XVI ensinou a toda a Igreja e também ao mundo secular a importância do desapego ao poder, em vista do bem comum. Hoje ele nos ensinou que o momento é de oração. Com sua decisão de “subir ao monte para orar”, ele nos ensina que a Igreja precisa se tornar ainda mais orante. A oração deve preceder às ações. Somente assim podemos construir e reconstruir uma Igreja que seja de acordo com a vontade do Pai. Se pudermos resumir o sentimento geral em três palavras, essas seriam: ação-de-graças, oração, esperança.


por Lauro Ferreira, sm







domingo, 24 de fevereiro de 2013

É preciso seguir


Por Fabiana Souza e Fabíola Souza

No evangelho de hoje, (Lc 9, 28-36) Jesus, Pedro, Tiago e João sobem ao monte para orar. Enquanto Jesus orava, seu rosto transformou-se e suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura. Neste momento, Moisés e Elias apareceram e começaram a conversar com Jesus sobre sua morte, que se cumpriria em Jerusalém. Os apóstolos de Jesus, que estavam dormindo, ao acordarem, viram a glória de Jesus e Moisés e Elias em sua companhia. Diante de tal situação e sem compreender de fato o que ela significava, Pedro faz uma proposta a Jesus: que erguessem três tendas, uma para Jesus, outra para Elias e outra para Moisés, para que eles pudessem ficar ali.  O evangelho continua, mas nos deteremos a proposta de Pedro: ficar por ali.

                                                              
Após quatro semanas de formação, com encontros dominicais para os catequistas, finalizamos o curso e iniciamos o nosso ano de catequese com um passeio ao Santuário Nossa Senhora da Piedade. Assim, como Jesus e seus discípulos, também subimos para um monte, uma subida onde pudemos nos desligar um pouco da correria do dia a dia e contemplar a natureza, rezar, observar e porque não, experimentar a ansiedade da chegada. 

Não há como não ficar deslumbrado diante da beleza natural em que o Santuário está localizado. Visitantes de outras viagens como eu, Fabíola, ou de primeira viagem, como eu, Fabiana ficam encantados com tanta beleza e é quase impossível não desejar ficar: esquecer os problemas, a rotina, a pressa das grandes cidades e mesmo os desafios da evangelização. 





Essa paz que a natureza nos oferece, sinal da presença de Deus e de seu cuidado conosco e com sua criação, fez com que hoje, pudéssemos nos sentir um pouco como Pedro e compreender seu desejo de permanecer onde é bom, tranquilo, onde a presença de Deus se manifesta claramente. 



Mas aí vem Jesus e seu desafio. Assim como a Pedro, ele também não nos deixa ficar. É preciso descer do alto e ir para o mundo, reconhecendo na correria do dia-a-dia, a presença de Deus e os momentos em que os irmãos precisam de nós.

É preciso sair em missão, não se deixando desanimar pelos desafios. Aprender a reconhecer a Deus no barulho que nos cerca. Como leigos, maristas ou não, eis também o nosso chamado, sair em missão na Igreja, no nosso trabalho, na escola, por onde quer que a gente vá. Esse é o nosso convite: ir de encontro ao mundo. 



Saiba mais sobre o Santuário aqui

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Marista: um jeito de ser

Marista?


Marista é um nome de família adotado por uma variedade de grupos: padres, irmãos, irmãs e leigos.


O que é ser marista? 

É ter Maria como modelo.  

É querer viver como ela viveu
É pensar, julgar, sentir e agir de uma maneira nova, ao estilo de Maria. 
É reconhecer que Maria sempre nos leva a Cristo, seu Divino Filho, nosso Senhor. 
É ser presença de Maria no nosso dia a dia. 

Maria está sempre perto de nós. Guiando, aconselhando, emprestando-nos seu exemplo de vida, virtude e fé.

Ser marista é um estilo de vida. É amar como Maria amou!


O que é preciso para ser marista?

Para ser marista não é preciso nenhuma devoção especial a Maria. Rezar o Rosário ou qualquer prática devocional específica. O principal desafio  do Marista é viver o exemplo de Maria em seu cotidiano, na sua comunidade, na família, em sua missão seja ela enquanto religioso ou leigo. 

Podemos destacar algumas características dos grupos maristas:

1 – Variedade de expressões - Cada grupo pode ter certas normas e práticas, que devem ser aceitas por todos os membros. O essencial não deve ser buscar nos grupos regras ou práticas, mas aquilo pelo qual os Maristas se comprometeram a viver – no espírito de Maria com um só coração missionário.

2 – Devoções e práticas.


I – Devoções a Maria: os Maristas professam devoção a Maria. Isto consiste em viver seu espírito além das grandes manifestações públicas. Sua devoção a Maria é pessoal e impregna todo seu estilo de viver, portanto, propagar uma devoção especial a Maria não forma parte de sua vocação.

II – Práticas religiosas: ser Marista é, sobretudo, um estilo de vida. Não se deve salientar nenhuma prática piedosa especial, diferentes das práticas religiosas ordinárias da vida cristã.

Nós, enquanto Maristas - padres, irmãs, irmãos, leigos e leigas - somos chamados a seguir o ideal de nossos fundadores no caminho de uma sociedade fraterna e justa, onde seja valorizada e reconhecida a vocação de cada homem e de cada mulher, onde homens e mulheres sejam amados e respeitados em toda a beleza da dignidade que Deus lhes conferiu.

Somos chamados a construir a Igreja mariana... somos chamados a construir a Sociedade de Maria.