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A multidão gritava, cantava, orava. Não era qualquer Angelus, era o último. Milhares de fiéis e curiosos lotaram a Praça São Pedro para rezar o Angelus com Bento XVI. Calcula-se mais de duzentas mil pessoas. A comoção era geral e notável antes mesmo do Papa pronunciar qualquer palavra. Alguns choravam, outros sorriam, mas o que se via em todos era a emoção de viver um momento único, de profunda oração e comunhão, amor e gratidão.
Talvez essa palavra – gratidão
– expresse melhor o sentimento dos fiéis. Gratidão por tudo o que fez Bento
XVI, mas, sobretudo, por tudo o que ainda fará. Sim, isso mesmo, por tudo
aquilo que ainda fará. Ora, a vida dedicada toda a oração não é uma passividade
mórbida, mas um movimento que nasce, desenvolve e gera frutos no anonimato. A
vida escondida em Deus em profunda oração pela renovação da Igreja se torna
comunhão sublime. Nada pode nos aproximar mais do que a oração do coração que
ama. Quem ama e ora, permanece no amado, fazendo com que ambos permaneçam em
Deus. E essa será a relação de Bento XVI com a Igreja e a Trindade.
Bento XVI vai “subir ao monte para rezar”. É
de lá que ele pode continuar servindo a Igreja, ainda que de acordo com suas
limitações e possibilidades. Mas não é um serviço menor. Em realidade, a oração
é a única maneira de fazer o impossível tornar-se possível. A renovação da Igreja é impossível se não
estiver coligada com a ação do Espírito. A necessidade da renovação requer a
vontade humana, mas, sobretudo, a ação divina. O momento é de oração.
No dia 11 de fevereiro de 2013,
Bento XVI ensinou a toda a Igreja e também ao mundo secular a importância do
desapego ao poder, em vista do bem comum. Hoje ele nos ensinou que o momento é
de oração. Com sua decisão de “subir ao monte para orar”, ele nos ensina que a
Igreja precisa se tornar ainda mais orante. A oração deve preceder às ações.
Somente assim podemos construir e reconstruir uma Igreja que seja de acordo com
a vontade do Pai. Se pudermos resumir o sentimento geral em três palavras,
essas seriam: ação-de-graças, oração, esperança.
por Lauro Ferreira, sm
Lauro, você foi muito feliz em suas palavras. De fato, Bento XVI é um testemunho gritante no silêncio e no recolhimento. Depois de nos presentear falando da caridade, da esperança e da fé, ele agora nos da suas últimas palavras falando de duas características essenciais dos cristãos sem precisar de muitas palavras: humildade e oração.
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